Aumento da distribuição de vacinas contra dengue no município de São Paulo enfrenta resistência, diz secretário

 

A cidade de São Paulo tem enfrentado desafios na ampliação da distribuição de vacinas contra a dengue, mesmo diante do aumento de casos da doença na capital paulista. Em entrevista à CBN São Paulo, o secretário municipal de Saúde, Luiz Carlos Zamarco, revelou que a campanha de imunização tem encontrado resistência por parte de parte da população, o que dificulta o alcance das metas de cobertura vacinal.

De acordo com o secretário, a Prefeitura de São Paulo tem trabalhado para ampliar o acesso à vacina, especialmente em regiões com maior incidência de casos de dengue. No entanto, a desinformação e o ceticismo em relação à eficácia da vacina têm sido obstáculos significativos. “Muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre a segurança da vacina ou acreditam que a dengue não é uma doença grave. Precisamos combater essa desinformação e conscientizar a população sobre a importância da prevenção”, afirmou Zamarco.

A vacina contra a dengue, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para grupos prioritários, como crianças e adolescentes, tem se mostrado eficaz na redução de casos graves e óbitos causados pela doença. No entanto, a adesão à campanha tem ficado abaixo do esperado, mesmo em áreas onde a dengue é endêmica. Dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram que, desde o início da campanha, apenas 40% do público-alvo foi vacinado.

O secretário destacou que a resistência à vacina não é um fenômeno exclusivo de São Paulo, mas reflete uma tendência observada em outras partes do país e do mundo. “Infelizmente, vivemos em um momento em que as fake news e a desconfiança em relação às vacinas têm ganhado espaço. Isso é preocupante, especialmente quando falamos de uma doença como a dengue, que pode levar a complicações graves e até à morte”, alertou.

Para reverter o cenário, a Prefeitura de São Paulo tem intensificado as campanhas de conscientização, com ações em escolas, postos de saúde e comunidades. Além disso, equipes de saúde têm visitado domicílios para esclarecer dúvidas e incentivar a vacinação. “Estamos trabalhando para levar informação de qualidade à população e mostrar que a vacina é segura e essencial para proteger nossas crianças e adolescentes”, explicou Zamarco.

A dengue continua sendo um problema de saúde pública em São Paulo. Dados recentes mostram um aumento de 30% nos casos registrados na cidade em comparação com o mesmo período do ano passado. A doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, pode causar sintomas como febre alta, dores musculares, vômitos e, em casos mais graves, hemorragias e choque hemorrágico.

Além da vacinação, a Prefeitura tem reforçado as ações de combate ao mosquito transmissor, com mutirões de limpeza, aplicação de larvicidas e inspeções em imóveis. No entanto, o secretário ressaltou que a participação da população é fundamental para o sucesso dessas iniciativas. “A dengue é um problema que exige a colaboração de todos. Precisamos que as pessoas se vacinem, eliminem focos de água parada e ajudem a combater o mosquito”, concluiu.

Enquanto a cidade busca ampliar a cobertura vacinal, especialistas alertam para a importância de manter as medidas de prevenção, especialmente com a chegada do período de chuvas, que favorece a proliferação do Aedes aegypti. A luta contra a dengue, segundo eles, depende não apenas da vacina, mas de um esforço coletivo para proteger a saúde de todos.

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