São Paulo registra queda no endividamento familiar em janeiro de 2025

 

A cidade de São Paulo registrou uma queda no endividamento das famílias no primeiro mês de 2025, segundo dados divulgados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O índice de endividamento das famílias paulistanas caiu para 68,5% em janeiro, uma redução de 1,2 ponto percentual em relação ao mês de dezembro de 2024, quando o indicador estava em 69,7%. A queda é vista como um sinal de alívio para as finanças das famílias, que enfrentaram um ano de 2024 marcado por altas taxas de juros e inflação.

De acordo com a FecomercioSP, a redução no endividamento reflete uma combinação de fatores, incluindo a queda na inflação, a estabilização dos preços de itens básicos e a melhora no mercado de trabalho. “As famílias estão conseguindo respirar um pouco após um ano bastante desafiador. A queda na inflação e a geração de empregos têm contribuído para que as pessoas consigam organizar melhor suas finanças”, afirmou José Roberto Tadros, presidente da FecomercioSP.

Dívidas e inadimplência

Apesar da queda no endividamento, o índice de inadimplência (que mede o percentual de famílias com contas em atraso) ainda preocupa. Em janeiro de 2025, 29,3% das famílias paulistanas estavam com dívidas em atraso, um número que se manteve estável em relação ao final de 2024. Entre os principais motivos para a inadimplência estão os gastos com cartão de crédito, financiamentos e contas básicas, como água, luz e gás.

A FecomercioSP destacou que, embora o cenário tenha melhorado, muitas famílias ainda enfrentam dificuldades para quitar suas dívidas. “A inadimplência continua alta, e isso mostra que ainda há um longo caminho a percorrer para que as famílias recuperem totalmente sua saúde financeira”, explicou Tadros.

Melhora no mercado de trabalho

Um dos fatores que contribuíram para a queda no endividamento foi a melhora no mercado de trabalho. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo caiu para 8,2% em janeiro de 2025, a menor desde o início da pandemia de Covid-19. A geração de empregos formais e o aumento da renda média dos trabalhadores têm ajudado as famílias a equilibrar suas contas.

Além disso, a inflação, que chegou a atingir picos preocupantes em 2024, apresentou uma desaceleração no início de 2025. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma variação de 0,35% em janeiro, abaixo dos 0,65% observados em dezembro de 2024. A queda nos preços de alimentos e combustíveis foi um dos principais responsáveis por essa desaceleração.

Perspectivas para 2025

Apesar dos sinais positivos, especialistas alertam que o cenário econômico ainda é incerto e que as famílias devem manter a cautela com seus gastos. “A queda no endividamento é uma boa notícia, mas é preciso lembrar que a economia ainda está se recuperando de um período difícil. As famílias devem continuar priorizando o pagamento de dívidas e evitando gastos desnecessários”, afirmou Ana Paula Vescovi, economista e ex-secretária do Tesouro Nacional.

A FecomercioSP também reforçou a importância de políticas públicas que incentivem o consumo e a geração de empregos. “É fundamental que o governo continue adotando medidas que estimulem a economia e ajudem as famílias a superar as dificuldades financeiras”, disse Tadros.

Enquanto isso, as famílias paulistanas seguem buscando equilibrar suas contas e aproveitar a leve melhora no cenário econômico. A queda no endividamento em janeiro é um passo importante, mas o caminho para a recuperação completa ainda exige atenção e planejamento.

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