MOSTRA ECOFALANTE DE CINEMA AMBIENTAL COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA REÚNE 28 FILMES DE OITO PAÍSES DA REGIÃO

* com entrada franca, o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais acontece de 31/05 a 13/06 em diversas salas de SP

* festival celebra a Semana Nacional do Meio Ambiente e o Dia Mundial do Meio Ambiente

* organizaçãé da ONG Ecofalante

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Considerado como o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais, a 7ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental tem 28 títulos selecionados para a sua Competição Latino-Americana deste ano. Os prêmios serão de R$ 15 mil para o melhor longa e de R$ 5 mil reais para o melhor curta-metragem (filmes de até 60 minutos) eleitos pelo júri. Haverá ainda a entrega de um troféu para o melhor filme designado pelo público.

 Estão representadas produções de oito países da América Latina: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Honduras, México e Peru. A competição recebeu novo recorde de inscrições, em um total de 383 filmes, de 18 nações da região.

 Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental celebra a Semana Nacional do Meio Ambiente e o Dia Mundial do Meio Ambiente (que se comemora no dia 5 de junho)acontece de 31 de maio a 13 de junho em diversas salas da cidade de São Paulo, com entrada franca.

 O evento ocupa o Cine Reserva Cultural, Centro Cultural Banco do Brasil, Espaço Itaú Augusta e o Circuito Spcine, além de diversos outros espaços, e é uma realização da ONG Ecofalante, do Ministério da Cultura, do Governo Federal, e da Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo. É uma correalização da Spcine, da Secretaria de Cultura da Prefeitura de São Paulo e do Instituto Goethe. Tem patrocínio da Sabesp e Tigre, com apoio da White Martins, Kimberly-Clark e Pepsico e é possível graças à Lei de Incentivo à Cultura e ao Programa de Apoio à Cultura (ProAC).

 Segundo a curadoria, a Competição Latino-Americana chega a sua quinta edição sinalizando, por um lado, questões socioambientais agudas da região e, ao mesmo tempo, o crescimento e a sofisticação de sua produção audiovisual voltada ao tema.

 Entre os destaques da competição está o curta-metragem colombiano A Selva o Conhece Melhor que Você Mesmo (de Juanita Onzaga, Colômbia/Bélgica), que focaliza dois gêmeos em busca de paisagens místicas na selva colombiana e foi vencedor do prêmio especial do júri da mostra Generation 14plus do Festival de Berlim, além de ter participado de eventos na Alemanha, Bélgica, Canadá, Espanha, Islândia, México e Suécia, entre outros países.

 Já “Cidade Maia (de Andrés Padilla Domene, México/França) é uma mistura de documentário e ficção científica que aborda um grupo de descendentes maias urbanos que operam um misterioso instrumento a fim de realizar uma pesquisa num sítio arqueológico, tendo sido selecionado para o prestigioso Festival de Roterdã e para eventos na Alemanha, Rússia, Suíça, Brasil, Croácia e Kosovo.

 Transcorrido em um povoado mineiro na Bolívia, no qual um rapaz vai conhecer histórias obscuras sobre seu passado, “Velha Caveira” (Bolívia), do estreante Kiro Russo, se transformou no título boliviano mais laureado dos últimos anos, tendo vencido o Festival de Cartagena de Índias e conquistando o grande prêmio no IndieLisboa, o prêmio da crítica internacional para produções latino-americanas no Festival do Rio, o prêmio de melhor fotografia no Festival RiverRun (EUA) e menções especiais nos festivais de Locarno e BAFICI de Buenos Aires.

 O longa-metragem peruano Rio Verde, o Tempo dos Yakurunas” (de Alvaro Sarmiento e Diego Sarmiento, Peru) é guiado por cantos ayahuasca para promover uma jornada poética pelas profundezas da Amazônia, tendo sido lançado internacionalmente na seção Fórum do Festival de Berlim e premiado em festivais na Itália, Tailândia e na Venezuela, foi ainda selecionado em eventos nos EUA e Chile.

 Premiado no Festival de Guadalajara, a Produção de Honduras Berta Vive (de Katia Lara, Honduras) aborda o assassinato da líder indígena Berta Cáceres e a luta contra a instalação de uma barragem em um rio sagrado para o povo Lenca.

 Dois títulos representam na Competição Latino-Americana deste ano a produção argentina. Corp (de Pablo Polledri, Argentina), tem por tema a ambição, exploração do trabalho e poluição ambiental, tendo vencido o laureado como melhor animação nos festivais de Havana e Caostica (Espanha), entre outros prêmios. Por sua vez,“Fronteira Invisível (de Nicolás Richat e Nico Muzi, Argentina) discute a Colômbia após o tratado de paz com as FARC e a atual corrida de latifundiários para aumentar sua produção de óleo de palma. A obra foi selecionada para eventos de 24 países, da Austrália aos EUA, da Argentina à Rússia, da Itália ao Peru.

 Do Chile foram selecionados O Eterno Retorno (de Roberto Mathews, Chile) e “Terra Solitária” (de Tiziana Panizza, Chile). O primeiro é um ensaio colhido apósa catástrofe do incêndio da cidade chilena de Valparaíso em 2014 e foi vencedor do prêmio de melhor curta-metragem nacional experimental no Fesancor – Festival Chileno de Curtas-Metragens, além de ser selecionado para eventos na Argentina, Bolívia e Colômbia. “Terra Solitária focaliza documentários filmados na Ilha de Páscoa há quase um século e revela que este destino turístico já foi uma prisão. A obra foi selecionada para festivais nos EUA, França, Espanha, Suíça, Portugal e Ucrânia, entre outros.

 Brasil

 A representação brasileira é integrada por 19 filmes, sendo oito deles longas-metragens.

 Entre eles está “Dedo na Ferida”, novo filme do diretor Silvio Tendler (dos sucessos “Os Anos JK – Uma Trajetória PolíticaJango e “O Veneno Está na Mesa”). Aqui ele trata do fim do estado de bem-estar social, com milhões de pessoas peregrinando em busca de melhores condições.

 Já “Baronesa” (de Juliana Antunes) acontece em um bairro na periferia de Belo Horizonte onde duas mulheres enfrentam os perigos da guerra do tráfico e as tragédias das chuvas. A obra conquistou, entre outras premiações, a de melhor documentário no Festival de Havana, prêmio do público no Festival de Marselha e o prêmio da crítica no Festival de Valdivia e na competição latino-americana do Festival de Mar del Plata. No Brasil, venceu a competição Aurora da Mostra de Tiradentes, o prêmio de melhor montagem e de melhor atriz na Mostra Internacional em São Paulo e de melhor filme e melhor roteiro no Festival de Vitória.

 Exibido em première mundial na Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, Sertão Velho Cerrado”, revela buscas alternativas empreendidas por moradores da Chapada dos Veadeiros para o desenvolvimento de sua região. A direçãé assinada por André D’Elia, que venceu com “A Lei da Água” o prêmio de melhor filme pelo público da Competição Latino-Americana na 4ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental.

 A história da tribo indígena Krenak, desde a declaração da “guerra justa”, pelo rei português D. João 6º em 1808, até o desastre ambiental no Rio Doce, causado pela ruptura da barragem de minérios em Mariana, em 2015, está no longa-metragem KrenakAtualmente, o povo reivindica uma revisão territorial de suas terras demarcadas com a adesão da área de Sete Salões – conjunto de cavernas considerado por eles terra sagrada –, além de seu direito à vida. A produção tem direção deRogério Corrêa, do longa “No Olho da Rua”.

 Selecionado para os festivais Hot Docs (onde foi um dos 12 finalistas segundo o público), Guadalajara, Havana, Toulouse e Human Rights Human Wrongs (Oslo),“Estado de Exceção é uma coprodução Brasil/Canadá dirigida por Jason O’Hara que focaliza, às vésperas da Copa do Mundo FIFA de 2014 e os Jogos Olímpicos Rio 2016, uma comunidade indígena urbana ameaçada de despejo. Filmado ao longo de seis anos, o filme retrata como, à medida que os megaeventos começam a ameaçar uma série de outras comunidades, os residentes se unem para lutar em defesa dos seus direitos constitucionais.

 Em meio à maior crise hídrica da história de São Paulo, os realizadores Flavia Angelico e James Robert Lloyd promovem uma investigação sobre a gestão de recursos hídricos na cidade no longa Agua Mole Pedra DuraPremiada no Festival Awareness, a produção foi ainda selecionada para os festivais de documentários deAtlanta e G2 Green Earth (ambos nos EUA) e para o Eco Film de Kuala Lumpur (Malásia).

 Em Espólio da Cidade”, a dupla de cineastas Paulo Murilo Fonseca e Andre Turazzi retrata a visão de seis pessoas que têm suas vidas relacionadas a edifícios tombados na cidade de São Paulo. Está presente a tensão entre memória e desenvolvimento urbano, além da complexidade das questões ligadas a preservação e a conservação do patrimônio arquitetônico da cidade.

 Premiado como melhor longa-metragem baiano e vencedor do prêmio do público no Panorama Internacional Coisa de Cinema, “Quilombo Rio dos Macacos”, de Josias Pires Neto, mostra como aquela localidade enfrenta conflito pela propriedade da terra de uso tradicional, que é também reivindicada pela Marinha. Além de denunciar graves violações de direitos humanos, o filme registra processos de negociações e documenta aspectos culturais, simbólicos e características do território.

 Completa a programação um total de 11 curtas e médias metragens brasileiros.

 Obra selecionada para a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, Abigail (de Isabel Penoni e Valentina Homem) focaliza a indigenista Abigail Lopes, que viveu em um ambiente masculino e formou-se imbuída dos princípios humanistas da ‘pacificação

 Dirigido por Fellipe Fernandes e protagonizado por Nash Naila (de “Tatuagem”), “O Delírio é a Redenção dos Aflitos” também esteve selecionado em Cannes, na seção Semana da Crítica. O enredo acompanha a última moradora de um edifício condenado e que precisa se mudar o mais rápido possível para salvar sua família. O filme foi ainda premiado no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro como melhor direção, melhor roteiro e melhor direção de arte.

 Na escuridão de uma boate, um cabeleireiro e uma bombeira tentam a sorte como cantores enquanto promovem sua carreira do estúdio para o palco. Este é o enredo de“Estás Vendo Coisas”, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, selecionado para o Festival de Berlim e vencedor do prêmio Canal Brasil no Festival de Vitória, além de ter sido selecionado para eventos no Canadá, Bélgica, Espanha, Inglaterra, Israel, México, Noruega, Portugal, Suécia, Turquia e Ucrânia.

 Em “A Terceira Margem”, uma coprodução francesa dirigida por Fabian Remy, acompanhamos uma jornada pela região central do país em busca do passado de João Kramura, filho de sertanejos roubado e criado pela tribo Kayapó. A obra foi premiada pela Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema no É Tudo Verdade, recebeu o prêmio do melhor primeiro filme no Festival Traces de Vies (França) e foi selecionado para eventos nos EUA, França, Colômbia, Grécia e Taiwan

 Uma personagem que foi expulsa de casa e precisa construir seu próprio barraco enquanto um projeto de expansão do maior porto da América Latina avança, não só sobre ela, mas sobre todos os moradores da Favela da Prainha (Santos, SP) está no centro de “Estamos Todos Aqui”. Dirigido por Chico Santos e Rafael Mellim, o curta foi selecionado para o Festival de Cartagena de Índias e venceu o prêmio de melhor curta-metragem brasileiro segundo o público no Festival Mix Brasil, além de ter sido eleito como o melhor curta-metragem pelo júri do Canal Brasil na Mostra de Tiradentes.

 Uma história familiar da diretora Manuela Andrade está em foco no curta Fantasia de Índio” quando ela resolve continuar as pesquisas de um tio que investigou suaascendência indígena.

A produção foi selecionada para os festivais Janela de Cinema do Recife, Mostra de Tiradentes, Mostra do Filme Livre e Mostra de Cinema Feminista.

 Já Histórias de Cumaru, de Simone Giovine, aborda o cumaru, que era usada pelo povo Kayapó como remédio e hoje é utilizado para a produção de cosméticos. A obra já esteve selecionada para eventos nos EUA, Dinamarca, Itália e Bangladesh.

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