A protagonista é apresentada como uma figura luminosa, uma “menina sol” que, apesar das limitações físicas, nunca se deixou abater pelos preconceitos e dificuldades. O livro a retrata como uma mulher de espírito forte, determinada e altruísta, que compreende sua missão no mundo como alguém que, mesmo na dor, encontra propósito no amor ao próximo. Essa perspectiva torna a leitura profundamente humana e envolvente, afastando-se do vitimismo para ressaltar o protagonismo de Maria Conceição em sua própria história.
O texto transita entre momentos de emoção e leveza, conseguindo, de maneira hábil, transformar uma trajetória de sofrimento em uma fonte de inspiração. A abordagem intimista permite que o leitor se conecte profundamente com a personagem, vivenciando seus dilemas, amores e desafios. Ao mesmo tempo, há um convite à reflexão sobre o perdão e as complexas relações familiares, aspectos que enriquecem a obra e a tornam universal.
No entanto, a idealização da protagonista pode, em certos momentos, aproximar a narrativa de uma abordagem mais crua e realista, o que ampliar ainda mais a identificação do leitor. Ainda assim, As Asas da Borboleta cumpre seu propósito de emocionar e inspirar, mostrando que, mesmo diante das adversidades, é possível encontrar significado, beleza e renascimento.
Por @cibelelaurentino